quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Obviamente, não se demitiu

Sócrates vê-se actualmente envolvido em mais escândalos que a maioria dos chefes de governo portugueses do pós PREC, o que, tendo em conta a competição, é um feito impressionante.

A verdade é que ainda que o “engenheiro” possa não ter especial talento para a governação, é um verdadeiro mestre em corrupção e subterfúgio. Talvez nessas duas seja mesmo licenciado.

A censura em democracia que o governo quis, e em certos casos praticou efectivamente, mostram não mais que um desrespeito atroz, vil e ignóbil pelo povo e pelas liberdades que, por elas terem lutado, são suas de direito.

Foi durante essa luta pela liberdade, aquando das eleições presidenciais de 1958 que o General Humberto Delgado disse que, no caso de ser eleito, demitiria o Prof. Oliveira Salazar.

Porém, hoje, em pleno século XXI, seria de esperar que um Primeiro-Ministro de um país democrático do ocidente europeu o fizesse ele próprio, tendo em conta as circunstâncias desastrosas que, voluntariamente, criou, esquecendo a natureza libertária do actual regime.

Enquanto Portugal é comparado à Grécia por Bruxelas, o que São Bento, numa espécie de acção psicológica aos seus próprios cidadãos, desmente, o povo é confrontado com casos de censura e propaganda, em que jornais são proibidos de ser publicados por providências cautelares.

É também assim que se vê a diferença entre o Sócrates grego e o Sócrates português: Um pensava, o outro não deixa pensar.

Sócrates torna-se assim perigosamente parecido com uma versão europeia de Chavez, ainda mais com a dinamização de iniciativas tão ridículas como uma “Manifestação de Apoio” ao governo, e, acima de tudo, à pessoa do Primeiro-Ministro e ao seu partido.

Julgo pois ser mais que óbvia a necessidade de demissão do governo.

Os Portugueses perderam a confiança num executivo cujo líder é uma espécie de Berlusconi português, uma fábrica de escândalos e uma vergonha nacional.

Estamos fartos de Freeports, de Universidades Independentes, de Faces Ocultas e de escândalos de censura.

Sócrates, meu caro, obviamente, demita-se.

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